O diretor-geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, emitiu uma advertência nesta quinta-feira (28) sobre o tempo necessário para que a estratégia de vacinação contra a dengue efetivamente reduza a transmissão da doença, especialmente em meio a epidemias como a que está atualmente assolando as Américas.
Barbosa destacou que a vacina disponível requer duas doses, com um intervalo de três meses entre cada uma. Isso significa que, no momento, a vacina não é uma solução imediata para conter a transmissão. Ele enfatizou que a principal ferramenta de controle continua sendo a eliminação dos criadouros do mosquito.
Durante uma entrevista à imprensa, Barbosa também ressaltou que o laboratório japonês Tateka, responsável pela produção da vacina Qdenga, tem uma capacidade limitada de fabricação de doses. Ele observou que, atualmente, o Brasil é o país com mais doses disponíveis na região, em termos absolutos.
O diretor-geral da Opas ressaltou a importância de monitorar o cenário devido à recente aprovação da vacina por agências de vigilância sanitária. Ele mencionou que os dados de eficácia da vacina para o sorotipo 3 da dengue são limitados, pois foram obtidos em um período de baixa circulação do sorotipo.
Barbosa também comentou os avanços da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, que está na fase 3 de estudos clínicos. Ele expressou otimismo de que essa vacina, administrada em dose única, possa ter um impacto positivo em cenários de transmissão acelerada da doença, mas alertou que provavelmente só estará disponível em 2025.