O mercado financeiro teve um dia de forte oscilação, com o dólar voltando a superar os R$ 5,30 e atingindo o maior valor desde janeiro do ano passado. A bolsa de valores também sentiu os efeitos, fechando abaixo dos 121 mil pontos pela primeira vez desde novembro.
O dólar comercial fechou esta sexta-feira (7) cotado a R$ 5,324, registrando uma alta de R$ 0,074 (1,42%). A moeda começou o dia em queda, mas subiu rapidamente após a divulgação de dados positivos do mercado de trabalho dos EUA. Até as 15h45, o dólar estava em R$ 5,29, mas subiu na última hora de negociação.
A moeda norte-americana está no maior valor desde 5 de janeiro de 2023, quando fechou a R$ 5,35. O dólar subiu 1,4% na primeira semana de junho e acumula uma alta de 9,71% em 2024.
No mercado de ações, o dia também foi turbulento. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 120.782 pontos, com uma queda de 1,72%. Este é o menor nível desde 13 de novembro do ano passado.
A instabilidade foi provocada por fatores domésticos e internacionais. No cenário externo, a criação de 272 mil empregos fora do setor agrícola nos EUA em maio superou as expectativas, aumentando a chance de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) realize apenas um corte de juros este ano, em vez de dois cortes esperados.
Juros altos em economias avançadas incentivam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil. A recente queda nos preços das commodities, que reduz a entrada de dólares provenientes das exportações brasileiras, também pressionou o câmbio.
No cenário interno, as tensões aumentaram após a edição de uma medida provisória que visa arrecadar R$ 29,2 bilhões limitando o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Na quinta-feira (6), uma coalizão de 27 frentes parlamentares pediu ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolução da medida provisória ao Executivo.