
A desigualdade de salários entre homens e mulheres no Brasil permanece alta em 2024, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pelo 3º Relatório de Transparência Salarial, desenvolvido pelos Ministérios do Trabalho e da Mulher. A diferença média de remuneração registrada foi de 20,9%, praticamente a mesma de 2023, quando era de 20,7%.
A pesquisa considerou mais de 19 milhões de vínculos empregatícios formais em empresas com mais de 100 funcionários. Enquanto os homens recebem, em média, R$ 4.745,53 por mês, as mulheres ganham R$ 3.755,01. Entre mulheres negras, a realidade é ainda mais dura: o salário médio cai para R$ 2.864,39, ou seja, 52,5% menor que o de homens não negros.
Mulheres com diploma continuam ganhando menos
Nos cargos de liderança, como diretorias e gerências, as mulheres recebem 26,8% a menos do que os homens. Mesmo entre profissionais com nível superior completo, a desigualdade persiste: mulheres ganham 31,5% menos do que os homens com a mesma formação.
O relatório reforça que o problema não está na qualificação, mas sim em uma estrutura de mercado que ainda favorece os homens em termos salariais, mesmo quando ocupam cargos iguais aos das mulheres.
Mais mulheres no mercado, mas com rendimentos estagnados
Entre 2015 e 2024, o número de mulheres com emprego formal aumentou de 38,8 milhões para 44,8 milhões, enquanto o de homens chegou a 53,5 milhões. No entanto, a massa salarial das mulheres subiu pouco: de 35,7% para 37,4%, mesmo com mais presença no mercado.
Segundo a subsecretária do MTE, Paula Montagner, essa estabilidade na renda feminina é causada pelas remunerações historicamente menores, o que impede que as mulheres avancem de forma proporcional.
Desigualdade trava o crescimento do Brasil
O relatório conclui que, se homens e mulheres recebessem salários iguais para as mesmas funções, o Brasil teria movimentado R$ 95 bilhões a mais em 2024. Esse valor poderia fortalecer a economia, gerar empregos e reduzir desigualdades regionais e sociais — inclusive em estados como Goiás.
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